Runbooks, playbooks e SOAR: como automatizar o seu SOC

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Alguns Centros de Operações de Segurança (SOC) podem enfrentar um aumento acelerado no volume de alertas, sobrecarregando as equipes e dificultando a resposta ágil a ameaças. 

Esse aumento também pode acarretar mais tarefas repetitivas, o que gera esgotamento no time, alta rotatividade e perda de eficiência operacional.  

Nesse sentido, a automação garante a escalabilidade e a continuidade dos serviços de segurança. Portanto, saiba por onde começar! 

Entenda as diferenças entre runbooks, playbooks e SOAR 

Para estruturar a automação no SOC, é fundamental compreender não apenas a função de cada elemento, mas principalmente como eles se complementam no processo de resposta a incidentes: 

Playbooks: a estratégia do “O QUE fazer” 

Playbooks são guias estruturados e pré-aprovados que definem workflows orientados a cenários específicos para responder a incidentes de segurança. Ou seja, eles respondem à pergunta “O QUE fazer” diante de uma ameaça. 

Características principais: 

  • Baseados em cenários: Cada playbook cobre um tipo específico de incidente (ransomware, phishing, DDoS, acesso não autorizado); 
  • Visão estratégica: Definem o fluxo completo da resposta, desde identificação até recuperação; 
  • Lógica condicional: Incluem pontos de decisão baseados em evidências coletadas; 
  • Automatizáveis: Podem ser executados dentro de plataformas SOAR. 

Exemplo de Playbook para phishing: 

  1. Identificação: Analisar email suspeito (URLs maliciosas, anexos, remetente); 
  1. Contenção: Isolar email e bloquear domínios/IPs maliciosos; 
  1. Análise: Verificar se houve clique em links ou download de anexos; 
  1. Erradicação: Remover e-mails das caixas de entrada afetadas; 
  1. Recuperação: Resetar credenciais potencialmente comprometidas; 
  1. Relatório: Documentar incidente e lições aprendidas. 

Runbooks: a tática do “COMO fazer” 

Runbooks são procedimentos operacionais detalhados que documentam como executar tarefas técnicas específicas. Então, eles respondem à pergunta “COMO fazer” cada ação necessária. 

Características principais: 

  • Foco tático: Detalham passos técnicos precisos para tarefas específicas; 
  • Reprodutíveis: Garantem padronização e consistência na execução; 
  • Orientados a ferramentas: Incluem comandos, interfaces e configurações específicas; 
  • Base para automação: Podem ser convertidos em scripts ou integrados ao SOAR. 

Exemplo de Runbook para “Bloquear IP Malicioso”: 

  1. Consultar IP em feeds de threat intelligence; 
  1. Verificar histórico de tráfego no SIEM (últimas 24h); 
  1. Acessar interface do firewall (credenciais, IP de gestão); 
  1. Aplicar regra de bloqueio na zona apropriada; 
  1. Registrar ação no sistema de tickets com justificativa; 
  1. Notificar equipe via Slack/e-mail com detalhes da ação. 

SOAR: a orquestração que conecta tudo 

SOAR (Security Orchestration, Automation and Response) são plataformas que integram diferentes ferramentas de segurança (como SIEM, EDR e firewalls) para automatizar e orquestrar workflows baseados nos playbooks e runbooks definidos. 

Componentes do SOAR: 

  • Orquestração: Integração nativa com ferramentas do stack de segurança; 
  • Automação: Execução de runbooks sem intervenção humana; 
  • Resposta coordenada: Execução de playbooks completos de forma automatizada; 
  • Gerenciamento de casos: Rastreamento e documentação centralizada. 

Como playbooks, runbooks e SOAR se interconectam 

A eficiência de um SOC moderno depende da integração harmoniosa de três componentes. 

1 – SOAR, que funciona como o “cérebro” que orquestra tudo: 

  • Executa playbooks como workflows automatizados; 
  • Chama runbooks como sub-rotinas dentro dos playbooks; 
  • Integra ferramentas para coleta de dados e execução de ações. 

2 – Playbooks, que definem a estratégia: 

  • Determinam quando e em que sequência os runbooks devem ser executados; 
  • Estabelecem pontos de decisão baseados em evidências; 
  • Definem critérios de escalação e comunicação. 

3 – Runbooks, que executam a tática: 

  • Realizam ações técnicas específicas dentro do playbook; 
  • Garantem padronização na execução de tarefas; 
  • Fornecem base documentada para automação. 

Quando começar a automação do SOC? 

Antes de mais nada, é fundamental avaliar alguns indicadores-chave que sinalizam a necessidade urgente de automação no SOC, como: 

  • MTTR (Mean Time to Respond): tempos superiores a 4 horas podem indicar gargalos, principalmente em incidentes críticos. 
  • Volume de alertas por analista/dia: uma média superior a 100 alertas por profissional demonstra sobrecarga. 
  • Taxa de falsos positivos: índices acima de 70% consomem tempo e recursos que poderiam ser dedicados a ameaças reais. 

Além disso, é recomendável mapear os processos que mais consomem tempo da equipe. Geralmente, os candidatos mais comuns para automação inicial são o enriquecimento de IOCs, a investigação de phishing e a classificação de malware. 

Cuidados ao implementar automação no SOC 

Para garantir o sucesso da automação no SOC, evite algumas armadilhas comuns: 

  • Over-engineering: comece com soluções simples.  
  • Resistência da equipe: envolva o time desde o início. Mostre que a automação não substitui pessoas, mas libera tempo para atividades mais estratégicas. 
  • Falta de governança: mantenha os playbooks atualizados, com controle de versões e revisões periódicas para garantir a eficácia contínua. 

Leia também: Qual a diferença entre gestão e governança de TI? – Ahoy 

Quando investir em uma plataforma SOAR? 

A adoção de um SOAR faz sentido quando, por exemplo: 

  • O time do SOC conta com mais de 10 analistas; 
  • O volume de alertas ultrapassa 1.000 por dia; 
  • As ferramentas de segurança não possuem integração nativa; 
  • O ROI projetado para a implementação ultrapassa 200% em até 12 meses. 

No entanto, mesmo organizações com equipes menores podem se beneficiar de um SOAR, especialmente se o ambiente for complexo, regulado ou exigir alta velocidade de resposta. 

Por isso, ao escolher uma plataforma, avalie critérios como: 

  • Integração com o stack atual de segurança; 
  • Facilidade de desenvolvimento (low-code/no-code); 
  • Suporte técnico ativo e comunidade engajada; 
  • Custo total de propriedade (TCO), considerando licenciamento, implementação e manutenção. 

Leia também: Red team vs. blue team: entenda as diferenças – Belago 

Conte com especialistas para acelerar a automação do seu SOC 

Por fim, automatizar o SOC envolve mais do que implementar ferramentas. Logo, é necessário conhecimento técnico, planejamento e alinhamento com as prioridades do negócio. 

Portanto, contar com um serviço especializado em SOC, como o oferecido pela Belago, pode fazer toda a diferença. Isso porque nossa equipe atua lado a lado com o seu time para acelerar os resultados e garantir operações de segurança mais eficientes, integradas e resilientes. 

Fale com nossos especialistas e descubra como automatizar seu SOC. 

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Escrito por Belago

Olá! Este artigo foi pensado, desenvolvido
e escrito pela equipe de especialistas da Belago. Esperamos que você tenha gostado :)

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