O crime cibernético está cada vez mais organizado, operando com estruturas que lembram empresas tradicionais. Um exemplo disso é o Ransomware as a Service (RaaS), modelo no qual desenvolvedores criam malwares de sequestro digital e os licenciam para terceiros realizarem ataques, dividindo os lucros. Do mesmo modo, essa estratégia está sendo aplicada ao Fraud as a Service (FaaS), ampliando o alcance dos golpes digitais e causando prejuízos bilionários para diversos setores.
O cenário das fraudes no Brasil
O Brasil tem registrado um aumento alarmante nas tentativas de fraudes. Em novembro de 2024, mais de 1 milhão de golpes foram evitados—o equivalente a uma tentativa a cada 2,5 segundos.
Esse número representa um crescimento de 14,2% em relação ao mesmo período do ano anterior e reflete uma tendência preocupante, com criminosos cada vez mais sofisticados em suas táticas.
Além disso, novembro foi o quinto mês consecutivo em que o país ultrapassou a marca de 1 milhão de fraudes evitadas, demonstrando o crescimento constante da atividade criminosa no ambiente digital.
O que é Fraud as a Service?
O Fraud as a Service (FaaS) é um modelo criminoso em que fraudadores disponibilizam kits de fraude, credenciais roubadas, malwares e até suporte técnico para outros golpistas, geralmente na dark web. Seguindo a lógica do Software as a Service (SaaS), esse modelo permite que pessoas com pouco conhecimento técnico executem fraudes digitais.
Os principais serviços oferecidos incluem, por exemplo:
- Phishing as a Service (PhaaS) – Plataformas que criam e gerenciam campanhas de phishing automatizadas.
- Ransomware as a Service (RaaS) – Ferramentas de ransomware disponibilizadas para afiliados realizarem extorsões.
- Bots e automação de fraudes – Softwares que automatizam ataques de credenciais roubadas e fraudes financeiras.
- Falsificação de identidade e deepfakes – Tecnologias para criar identidades falsas e enganar sistemas de verificação.
Setores mais afetados pelo Fraud as a Service
O Fraud as a Service tem causado impactos significativos em diversos setores, sendo os mais afetados:
- Instituições financeiras – Fraudes com cartões de crédito e acessos bancários comprometidos são os alvos mais comuns.
- E-commerce – Ataques como credential stuffing e uso de bots para capturar dados sensíveis são cada vez mais frequentes.
- Empresas de tecnologia – Violações de sistemas e roubo de propriedade intelectual cresceram consideravelmente.
- Pequenas empresas – Com menor investimento em segurança, essas organizações tornam-se alvos vulneráveis para golpistas.
Leia também: Principais diagnósticos da análise de vulnerabilidades e como corrigi-los – Belago
Como as empresas podem se proteger?
Para mitigar esse tipo de ameaça, é essencial reforçar as estratégias de cibersegurança. Portanto, algumas medidas fundamentais incluem:
- Autenticação multifator (MFA) – reduz significativamente o risco de acessos não autorizados.
- Monitoramento contínuo e detecção de ameaças – investir em soluções que identifiquem atividades suspeitas em tempo real.
- Educação e treinamento de colaboradores – treinamentos frequentes ajudam a evitar ataques de phishing e engenharia social.
- Proteção avançada de endpoints – implementação de soluções como EDR (endpoint detection and response).
- Controle de acesso e princípio do menor privilégio – restringir acessos a informações críticas apenas a usuários autorizados.
- Testes de segurança e red teaming – avaliações periódicas para identificar e corrigir vulnerabilidades antes que sejam exploradas.
- Inteligência contra ameaças – acompanhamento constante de novas técnicas utilizadas por cibercriminosos.
Leia também: Conheça 6 ataques cibernéticos e proteja sua empresa – Belago
O Fraud as a Service está democratizando o cibercrime, tornando os ataques mais frequentes e sofisticados. Então, empresas que subestimam essa ameaça correm um grande risco de se tornarem alvos fáceis.
Por isso, reforçar práticas de segurança, treinar colaboradores e investir em tecnologias preventivas são passos essenciais para minimizar os riscos.
Leia também: Principais tendências de cibersegurança para 2025 – Belago
Sua organização está preparada para enfrentar essa ameaça? Fale com nossos especialistas e fortaleça a segurança digital da sua empresa.