Criar uma trilha de aprendizado que engaja toda a equipe pode ser um desafio para muitas lideranças. Isso porque cada pessoa aprende de forma distinta. Enquanto alguns absorvem melhor por meio de vídeos e demonstrações visuais, outros só assimilam quando colocam a mão na massa, por exemplo. É nesse cenário que os estilos de aprendizagem em universidade corporativa se tornam fundamentais para estratégias de desenvolvimento.
Antes de aprofundar na gamificação, é essencial entender como o panorama do aprendizado corporativo no Brasil evolui. As empresas investem cada vez mais em estruturas de desenvolvimento. O Panorama de Treinamentos da ABTD mostra um salto importante no número de organizações que possuem Universidades Corporativas, passando de 29% para 38%. Esse avanço revela que o mercado reconhece o valor estratégico da educação corporativa.
Apesar do crescimento, ainda existe uma lacuna significativa. Três em cada quatro colaboradores afirmam que não conseguem desenvolver todo o seu potencial profissional por falta de oportunidades adequadas.
Assim, é preciso garantir que a estrutura de treinamento motive cada pessoa, respeitando suas particularidades e oferecendo experiências alinhadas aos diferentes estilos de aprendizagem em universidade corporativa.
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Compreendendo a diversidade de preferências de aprendizado
Primeiramente, é preciso compreender como as pessoas preferem interagir com o conteúdo. Metodologias como VARK e o Ciclo de Aprendizagem de Kolb podem ajudar nesta etapa, já que podem orientar decisões sobre variedade e flexibilidade educacional.
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Preferências de formato: modelo VARK
O modelo VARK, criado por Neil Fleming, identifica quatro modos principais de preferência para receber informações.
Primeiro, aprendizes visuais respondem melhor a imagens, gráficos, mapas conceituais e vídeos. Nesse caso, dashboards visuais de progresso, infográficos e badges com design atraente fortalecem o engajamento.
Em seguida, os aprendizes auditivos preferem ouvir e conversar. Podcasts, audiobooks, webinars e discussões em grupo funcionam bem. Na gamificação, desafios de debate, podcasts pontuados e sessões de mentoria com recompensas ampliam a motivação.
Para aprendizes com preferência por leitura e escrita, artigos, manuais e anotações são essenciais. Eles se envolvem mais com quizzes baseados em leitura, criação de conteúdo escrito e bibliotecas digitais gamificadas.
Por fim, aprendizes cinestésicos precisam de prática. Simulações interativas, projetos reais gamificados e laboratórios virtuais mantêm o engajamento de quem aprende fazendo.
Preferências de processamento: ciclo de Kolb
David Kolb analisa como as pessoas transformam informação em conhecimento. Ele identifica quatro perfis.
- O divergente observa experiências e reflete sobre elas. Esse perfil se beneficia de estudos de caso gamificados, desafios criativos e cenários com múltiplas soluções.
- O assimilador prefere teorias e modelos organizados. Trilhas estruturadas, frameworks conectados e sistemas de pontuação baseados em domínio conceitual funcionam bem.
- O convergente gosta de resolver problemas de forma prática. Simulações técnicas, desafios de resolução imediata e laboratórios práticos fortalecem seu aprendizado.
- O acomodador aprende experimentando. Missões com tempo limitado, desafios urgentes e projetos reais gamificados mantêm sua motivação.
Embora VARK e Kolb sejam úteis para reflexão, a maioria das pessoas aprende de forma multimodal. Por isso, o objetivo das metodologias não é rotular, mas oferecer variedade para que cada pessoa escolha o formato mais eficaz para cada situação. O valor está na diversidade e na flexibilidade, não na categorização fixa.
Como plataformas LXP oferecem variedade e personalização
As plataformas LXP vão além da gamificação básica. Elas criam experiências diversificadas que respeitam preferências reais de aprendizado e ampliam a possibilidade de engajamento.
Plataformas avançadas disponibilizam o mesmo conteúdo em formatos variados.
Conteúdos visuais incluem dashboards intuitivos, vídeos, infográficos animados e certificações visualmente marcantes.
Recursos auditivos oferecem podcasts, audiolivros, webinars gravados e funções de texto para voz, com gamificação orientada à participação.
Textos aprofundados, e-books, documentação técnica e desafios baseados em leitura atendem a quem aprende melhor lendo e escrevendo.
Por fim, conteúdos práticos, como simulações, projetos reais e laboratórios virtuais, fortalecem o aprendizado hands-on.
Atendendo diferentes formas de processar conhecimento
Plataformas LXP eficazes também oferecem experiências alinhadas ao modo como cada pessoa processa informação.
Pessoas que exploram múltiplas perspectivas encontram estudos de caso, fóruns e desafios criativos.
Quem valoriza estrutura acessa trilhas progressivas, certificações e conexões lógicas entre conceitos.
Aprendizes práticos encontram simulações realistas, laboratórios e desafios orientados à aplicação.
Já quem prefere experimentar acessa projetos reais, missões práticas e oportunidades de testar novas abordagens.
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Personalização baseada em comportamento real: o papel da IA
O grande diferencial das LXPs modernas está na personalização dinâmica. Em vez de questionários fixos, a IA observa comportamentos reais. Ela identifica preferências de formato ao analisar o que cada usuário consome, como interage e quanto tempo dedica a cada atividade.
A IA adapta recomendações de forma fluida, reconhecendo que as preferências mudam conforme o conteúdo, o contexto ou até o dispositivo. Além disso, agentes inteligentes atuam como tutores adaptativos, respondendo perguntas no formato mais adequado e criando desafios personalizados.
A base de conhecimento também se torna mais inteligente. Colaboradores fazem perguntas em linguagem natural e recebem respostas em múltiplos formatos, de vídeos a instruções práticas.
Gamificação além do desktop
O engajamento sustentável ocorre quando o aprendizado acompanha o colaborador no dia a dia. Aplicativos mobile permitem consumir conteúdo em deslocamentos, pausas ou no ambiente de trabalho. Vídeos curtos e podcasts facilitam o consumo em movimento, enquanto quizzes rápidos e artigos se encaixam em breves intervalos.
A gamificação mobile funciona melhor quando é contextual. Notificações sugerem atividades adequadas ao momento e ao histórico de uso. Além disso, o mobile permite registrar o aprendizado aplicado, gerando reconhecimento imediato.
Por fim, é fundamental analisar o engajamento. Nesse sentido, plataformas de educação corporativa ajudam a criar hábitos contínuos.
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